Outro dia me dei conta da liberdade que habita o meu eu. E percebi também o quanto essa liberdade assusta os outros. Fazendo com que eles acovardem, com medo de ter tamanha liberdade.
Temem a verdadeira liberdade.
E isso os faz abrir mão de certas mudanças, de novos hábitos e surpresas incertas.
Preferem viver no mundo das certezas, acomodados com o conhecido e estável. Preferem viver com o que não muda, com o que permanece relativamente "correto", por medo de ousar, de arriscar e aventurar, optam por camuflar a vontade gritante de reagir a uma vida monótona, invariável, cheia de coisas previsíveis e "moralmente corretas".
O que mais me entristece não é ver a acomodação dessas pessoas. O que mais me revolta é saber que o amanhã bate a porta delas e que nesse amanhã, mesmo que distante, essas pessoas despertam dessa acomodação e resolvem não mais reprimir seus impulsos e desejos e assim vão em busca da liberdade. Não me revolta vê-las reagindo, me revolta ver o tempo que elas perdem acreditando que a vida é tão limitada. Me magoa ver o tempo que elas desperdiçam.
