Outro dia alguém me disse que eu racionalizo além da conta. E eu fico me questionando se de fato isso ocorre. Sempre me deparo com idéias e pensamentos que extrapolam minhas atitudes. E por mais que tente viver eu sempre estou a pensar.
Hoje me questiono se fiz a escolha certa e assim começo a colocar na balança os nossos momentos.
Começo a lembrar de cada um deles. Dos desastrados, quando você cometia alguma gafe como derrubar as coisas da cabeceira da cama. Dos difíceis, de quando você desabafou o teu sofrimento, tua insegurança e teu medo. De quando o teu olhar se cruzou de forma firme ao meu. De quando alagamos o quarto, embriagados de tanto desejo. De quando fomos ao Alto da Sé em Olinda e depois sentamos naquele baquinho e ficamos a olhar a lua. Daquela tarde tão simples numa praça. Do dia inteiro internados num quarto sem fazer absolutamente nada, como se o mundo lá fora nem existisse. Daqueles almoços deliciosos e das escapadas a serviço. Do teu disfarce no reggae do preto velho. De tantas loucuras realizadas nas madrugadas intermináveis. Da cabaninha de índio. Lembro de tanto carinho, de tanto desejo e não consigo encontrar nenhum pensamento que explique a frieza com que estamos a nos tratar.
Será mesmo que tinha que ser assim?
Será mesmo que tudo não passou de momentos e de uma paixão tão fraca que não vingou?
Será que nenhum vinculo criamos?
Ou será que é tudo fantasia de minha mente, que tudo que senti foi fruto de minha imaginação e apenas eu me envolvi. Será que vivi uma relação sozinha?
E o que tenho como resposta a todas essas questões, é o teu silêncio absoluto. Ele é tão evidente que me faz afirmar que nada valeu à pena. E como é ruim admitir isso.
Até quando eu vou sentir essa falta?

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