Às vezes alguém pode querer manter uma relação, que parece importante, e precisa mentir para que ela não se quebre. Tudo bem que assim seja. Mas, é preciso questionar até que ponto vale a pena manter uma relação que não permite a existência pura e livre da verdade.

Edson Marques.

Se me encontra-se hoje numa situação de questionar até que ponto vale manter uma relação mentirosa que não permite a existência pura e a liberdade de agir e pensar como minha alma deseja, sinceramente me responderia que nada está acima de minha felicidade.

Hoje me encontro num momento de reflexão e construção do novo ser que serei. Minha personalidade não será absolutamente extinta para que outra tome o lugar. Estou apenas me moldando a uma nova fase que exige maturidade, cuidado e sabedoria, para não seguir o caminho sem volta.

Estou tomando conta do que existe em mim, como ser humana que sou. Aceitando que posso ter um lado perverso, egoísta, injusto e negativo. Sim! Por que não haveria de ter, se tudo isso faz parte do ser humano?

Apropriar-me disso, não quer dizer que sempre serei isso. Apropriar-me disso, significa aceitar o que pode ter em mim e saber escolher a hora certa de usar. Talvez não seja necessário a utilização, talvez seja pensado e medindo como deva ser usado. Isso é o importante na questão.

E por que não posso abrir mão de uma relação a qual tenha achado tão necessária anteriormente, por conta de uma criança que trago no ventre, acompanhada de um sentimento que carrego no peito? Por acreditar que tudo que vivemos ao conceber essa criança, mesmo que nãoplanejada, tivesse sido tão recíproco, ao ponto de encarar todos os obstáculos e dificuldades que vinhamos enfrentando, juntos?  Por que não posso imaginar a vida, acreditando que sozinha serei mais feliz do que viver agindo injustamente e de forma egoísta desejando sozinha uma relação a dois?

Sim! Eu posso aceitar e viver a minha vida com verdade e liberdade de ser o que sou. Superando minhas desilusões e proporcionando ao meu filhote os sentimentos com verdade e liberdade. Sem mentiras e falsas expectativas de uma vida que não existe. Forçada, fingida e fantasiada de falsas satisfações.

Tenho pedido ao universo que me arranque o desejo das coisas que não podem ser e acho que esse pensamento é o princípio das respostas.

Covardia seria dizer que não posso. Burrice seria sentir-se incapaz, porque aquilo que nunca vivemos, a natureza nos ajuda a viver. O instinto tem as defesas necessárias a tudo aquilo que a vida nos oferece.