Hoje eu assiti um filme que me fez pensar muito na vida que ando levando. Esse filme me posicionou num realidade a qual me deixou confusa e reflexiva. Me fez pensar no que verdadeiramente eu sou. No que se esconde dentro de mim mesma. Foi uma interação muito intima com meu mais profundo ser. Infelizmente acabei ficando ainda mais triste por saber que não tenho sido o que realmente sou. Não que isso seja uma coisa ruim, ser o que sou agora. Em real, o que me deixa angustiada é a sensação de que me escondo e não consigo encontrar o caminho de volta.
Cada dia me sinto mais diferente e tento recordar o que fui ou o que tentei ser. Sem reconhecimento, sem ser notada. O que mais me intriga é que da mesma forma com que a personagem atuava, o desejo de não expor o que verdadeiramente habitava o seu coração, é o desejo que sinto agora.
Lembrei-me ainda que do mesmo jeito que alguém sentia a camuflagem dessa personagem, alguém já havia notado isso em mim antes. E já me pediu para se despir dessa pessoa que não sou. Mas, assim como ela, não quero me despir. Não sei em real se é não querer. Penso que é a sensação de que não serei mais aceita. Que serei comum e logo cairei no esquecimento como todas as comuns cairam. Tenho a sensação de que vou parecer uma idiota, uma boba, uma menina cheia de ilusões e fantasias.
Hoje tenho a plena certeza do ser único que sou e aprendi a aceitar que príncipes encantados não existem. Que jamais serei salva por um. Que tudo só depende de mim. Isso pode ser um pensamento egoísta, mas me faz aceitar ainda mais cada atitude e posição diante de mim.
Ninguém tem culpa, muito menos obrigação de me corresponder da forma que gostaria. Mas não posso calar quando me sinto invadida, usada e enganada. Devo respeitar as diferentes maneiras e escolhas alheias, assim como desejo que respeitem cada gesto e escolha que eu faça.
Sei que algo louco ocorreu para me vestir assim, mas sei também que pessoas acreditam no que sou e é por esses que eu continuarei. Mesmo que vestida com uma roupa a qual não se parece com meu verdadeiro eu, continuarei sabendo que alguém me vê. De perto ou de longe, num gesto ou numa palavra, alguém viu e sabe que misteriosamente existe em minha alma uma sensibilidade única e real.

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