O pensamento é desejo.

É bem verdade que somos tudo aquilo que pensamos. Que criamos o nosso universo e muitas vezes não nos damos conta, acusando a Deus ou qualquer outra força maior de elaborar facetas e arapucas as nossas vidas.

Devemos ter muito cuidado com o que pensamos, mas muita cautela mesmo. Às vezes um pensamento que parece infundado ou ainda, imaturo, pode transformar nossas vidas para sempre.

Nunca temi a vida ou ao que ela pode me proporcionar, sempre busquei ter bons pensamentos e atitudes de bem. Porém sempre imaginei minha vida da forma a qual talvez eu tema atualmente.

Sei que tudo no mundo vive em constante mudança. Hoje posso querer o que não quero amanhã ou amanhã querer o que não quero hoje. Essa é a parte complexa da coisa. Saber lidar com certos desejos, principalmente quando não estão maduros suficiente. Quando acreditamos ser bom e na verdade por falta de conhecimento são perigosos. 

A falta de experiência nos faz desejar coisas que podem tornar-se indesejáveis.

Sempre fui uma pessoa independente. Desde menina, quando ouvi minha mãe dizer, seja independente! Não dependa de ninguém. E esse caminho sempre foi muito mais atraente que o de viver na dependência.

Isso acabou me levando a caminhos solitários. Não que isso seja ruim, porque quando gostamos de nós mesmos, adoramos a nossa própria companhia. Saber apreciar a solidão é prazer para poucos. Acho que não suportaria a rotina de conviver com alguém me sufocando todos os dias.

Mas tem gente que pergunta: Como formar uma família assim? Desta forma não se pode pensar em filhos ou marido.

É de fato fica complicado, contudo é bem sábio que existem formas modernas de construir família, principalmente no tempo em que vivemos, onde os casais se unem e em menos de um ano já querem separar. Não sabem levar a rotina de forma diferenciada e desgastam a relação precocemente.

Atualmente estou grávida e como imaginei num passado não muito distante, serei mãe independente.

No início é complicado aceitar e acomodar a ideia, visto que fui criada numa cultura contrária a esse tipo de princípio. Mesmo que pensando e agindo contrariamente as "regras da moral" é complexo viver isso na pele.

Tendo a ideia fixada de que os filhos devem ser criados com a presença de ambos (pai e mãe), houve um conflito inicial até chegar aonde cheguei.

Não é de comum acordo unir duas pessoas apenas por uma gestação. Então algumas pessoas acham absurdo, mas eu prefiro viver o absurdo a forçar a presença de alguém que não será feliz e me tornar dependente dessa tal infelicidade.

Ser hipócrita e fingir uma vida perfeita e feliz, mas quando colocar a cabeça no travesseiro chorar as mágoas de tempos que não vão voltar. Tempos em que poderei estar empenhada em encontrar a verdadeira felicidade, ao lado daquele que acredite nela ao meu lado.

Todo esse raciocínio vem para mostrar o cuidado em manter seu pensamento ativo para aquilo que você realmente deseja. Não que esteja infeliz com minha atual situação, é complicado ainda pensar como será, porque me preocupa a situação dessa vida que está por vir. Preocupa-me não poder dar conta de tudo. Mas se não tivesse trabalhado meu pensamento para essa independência, talvez hoje estivesse me jogando num sofrimento desnecessário.

A minha preocupação é normal e logo eu vou ver que sou capaz de ir muito além disso tudo. Pois foi assim que sempre acreditei. Foi na solidão que sempre tive minhas maiores conquistas e com ela aprendi a ser determinada como sou.

Jamais poderia deixar a mágia do momento que vivo agora, pela covardia do outro ou por medo de mim mesma. Se Deus me enviou esse presente, devo ser grata e mostra que sou merecedora. O resto perde força perto do que vou ganhar.